Há poucas notas numa flor da manhã: A ave da terra subia as escadas de uma construção, há muito abandonada. Depara-se, ao chegar no último andar, com o homem comum, de olhos de fogo e luxúria, que a leva até o chão. Inutilmente, ela o golpeia com um objeto de metal até fazê-lo sangrar. Nos últimos instantes da força, o golpe atinge a loucura e ela grita, fazendo a terra inteira tremer. Juntam-se a ave a voz de dez mil mulheres. Há um levante do seu corpo pela mãe-terra que assusta o homem, que agora caminha para trás, como um caranguejo. A ave atira-se pela janela e transforma-se em uma aranha que tece com esmero seu caminho- teia. Ouve-se novamente seu grito, agora cansado. Ao final, ainda é possível ouvir o ressoar da ave-aranha pelos tantos cantos do mundo.